Historia do Boxe




A "luta de punhos" surgiu em 4.000 a.C. na atual Etiópia. O esporte ganhou adeptos no Egito e, depois, em todo o Mediterrâneo. 

O boxe foi incluído nos Jogos Olímpicos da Antiguidade apenas em 688 a.C., nas regras antigas a luta só terminava quando um dos lutadores fosse nocauteado.

O boxe desapareceu da Europa com o avanço do Cristianismo. O esporte era considerado agressivo demais, mas no final do século XVII, o boxe reapareceu na Inglaterra, tornando-se um esporte popular no século seguinte.

A palavra "boxe" é uma derivação do verbo inglês "to box", que significa "bater", ou "bater com os punhos". A expressão foi utilizada na Inglaterra entre 1000 e 1850.

James Figg é considerado o pai do boxe moderno. Além de ter sido o primeiro campeão inglês dos pesos pesados, Figg foi pioneiro em ensinar boxe publicamente. Figg popularizou as sessões de sparring e promoveu novos locais destinados à prática do boxe.

Jack Boughton, um dos discípulos de Figg, tornou-se campeão inglês em 1729, título que manteve até 1750. Boughton passou também a ensinar boxe em Londres. As regras que Boughton criou em 1743, a London Prize Ring rules foram utilizadas por quase cem anos. Em 1838 as regras foram detalhadas e em 1853 foram estabelecidas mudanças. Em 1867 o Marquês de Queensberry propôs limite de rounds, intervalos, contagem até 10, uso de luvas, categorias de peso, entre outras inovações que estão em vigora até os dias de hoje.

O boxe chegou clandestinamente aos Estados Unidos no início do século XIX, o esporte era ilegal na maioria dos estados americanos. Tornou-se popular em áreas rurais e mais pobres. 

A categoria dos pesos pesados é a mais importante do boxe desde o seu surgimento. Acredita-se que a mística foi criada não somente porque os pugilistas desta categoria são os mais pesados, mas também pelo número de nocautes e grandes diferenças de altura, estilo e peso.

A história do boxe no Brasil
O boxe era desconhecido no Brasil até o século XX. Imigrantes alemães e italianos já praticavam o esporte. No início o esporte era associado à capoeira e à marginalidade.

As primeiras exibições de boxe no Brasil foram com marinheiros europeus nos portos de Santos e do Rio de Janeiro. A primeira luta documentada de boxe no Brasil foi a vitória de um integrante de uma companhia de ópera sobre Luis Sucupira, o Apolo Brasileiro, em São Paulo em 1913.

Apolo tornou-se um entusiasta. A lição que aprendeu da derrota foi que a técnica pode superar a força. Integrante de uma família de classe média alta Apolo foi o primeiro grande divulgador do esporte no país.

O marinheiro Goes Neto depois de voltar da Europa fez várias exibições no Rio de Janeiro em 1919. Numa delas estava o sobrinho de Rodrigues Alves, então Presidente da República, que se encantou com o esporte. O boxe ganhou ainda mais divulgação e tornou-se legalizado e regulamentado nos anos seguintes.

Nos anos 1920 as lutas no Clube Espérie em São Paulo ficavam lotadas, devido a organização de Batista Bertagnolli. Celestino Caversazio é considerado o primeiro treinador de boxe brasileiro. Em 1923 foi criada a primeira academia de boxe no país, a Brasil Boxing Club.

Os filmes que documentavam as lutas de boxe chegaram aos cinemas brasileiros. Era a oportunidade de jovens pobres migrarem de classe social rapidamente. Benedito dos Santos, o Ditão, era um deles. Negro e pobre, Ditão chegou ao sucesso com três nocautes nos seus três primeiros adversários. O público ficou eufórico e foi organizado um combate contra Hermínio Spall, campeão europeu dos pesados, que tinha ido à Argentina lutar com Angel Firpo.

Apesar de derrubar Spalla no primeiro assalto, Ditão foi surrado até cair no nono round. Ditão teve um derrame cerebral, sobreviveu, mas teve de se aposentar.

O incidente provocou a repulsa pelo esporte, com uma campanha dos jornais contra o boxe. Pressionado, o governador de São Paulo proibiu a prática de boxe, que foi revogada em 1925. Mesmo assim as estrelas internacionais ficaram longe do país por uma década.

O interesse do boxe voltou a crescer. O peso leve Italo Hugo, o Menino de Ouro, tornou-se ídolo. Seu maior feito foi nocautear em 1931 Juan Carlos Gazala, campeão sul-americano dos leves.

Nos anos 1930 foram criadas as federações de boxe em alguns estados, apesar da Revolução de 32 os boxeadores profissionais passaram a disputar oficialmente títulos internacionais; e os amadores já participavam de torneios internacionais.

Em 1933 o Brasil participou de seu primeiro campeonato internacional: o Sul-Americano de Boxe Amador, realizado na Argentina. A seleção brasileira era composta apenas de atletas cariocas, pois apenas no Rio de Janeiro o boxe era legalizado pela federação.

Com a inauguração do Pacaembu, em 1940, pode-se ter lutas de nível internacional, com destaque para Atílio Lofredo e o peso médio Antônio Zumbano, o Zumbanão - primeiro astro do boxe brasileiro.

A década seguinte é considerada a nova época de ouro para o boxe brasileiro. O empresário Jacó Nahun lançou grandes nomes no cenário, como Éder Jofre, o peso galo Kaled Curi (o Beduíno) e o peso leve Ralf Zumbano (o Bailarino), e conseguiu intercâmbio com o Luna Park, maior ginásio de boxe da América do Sul, localizado em Buenos Aires. Nesta época se destacaram também vários pugilistas como o Luis Inácio, o Luisão, considerado o maior meio-pesado brasileiro de todos os tempos; o peso meio-médio Paulo de Jesus Cavalheiro; entre outros.

Sem dúvida o nome de maior destaque no boxe brasileiro dos anos 50 e 60 foi Éder Jofre, o maior boxeador brasileiro de todos os tempos. Éder Jofre foi eleito um dos dez melhores boxeadores do século XX pelos leitores da The Ring Magazine. Além de ser o primeiro boxeador não-americano a entrar no Hall da Fama do boxe.

O pai e mãe de Éder Jofre eram pugilistas. Em 1953, Éder Jofre estreou como amador aos 17 anos. O sucesso só viria como profissional a partir de 1956. Dois anos depois se consagrou campeão brasileiro dos pesos galo. O reconhecimento no exterior só veio com as lutas de Éder Jofre nos Estados Unidos. Éder Jofre venceu o mexicano Eloy Sanchez em apenas seis rounds na disputa do título mundial da NBA (atual WBA). 

Em 1962, Éder Jofre unificou os títulos da NBA e da UEB (União Europeia de Boxe) com a vitória sobre o irlandês Johnny Caldwell num ginásio do Ibirapuera lotado. Éder Jofre defendeu seu cinturão por sete vezes, até 1965, quando foi batido duas vezes pelo japonês Masahiko "Fighting" Harada. Após a derrota na revanche Jofre decidiu parar. Retornou nos anos 70 com relativo sucesso. Em 1973 conquistou o título mundial do CMB nos pesos pena. Encerrou sua carreira três anos depois, aos 40 anos, com 78 lutas, 50 vitórias por nocaute e apenas duas derrotas.

A jofremania fez surgir novos talentos no cenário nacional como Servílio de Oliveira e Miguel de Oliveira. O boxe ficou esquecido nas transmissões de televisão até o ressurgimento promovido por Luciano do Valle na TV Bandeirantes. Surgiram novos nomes de destaque como o superpena Francisco Thomás da Cruz e o meio-pesado Rui Barbosa Bonfim. Nada comparado ao fenômeno de mídia Maguila.

O folclórico peso pesado Adilson José Rodrigues recebeu o apelido devido ao personagem da Hanna-Barbera. Maguila venceu por nocaute 78 de suas 87 lutas. Tornou-se em 1989 o segundo colocado no ranking do CMB. O fãs já esperavam uma luta contra Mike Tyson. Entretanto, entre eles estavam Evander Holyfield e George Foreman, dois gigantes do boxe mundial que derrotaram o lutador brasileiro. Em 1995 tornou-se campeão mundial pela obscura WBF (Federação Mundial de Boxe).

O boxe brasileiro retornou a mídia com Acelino Freitas, o Popó - campeão mundial dos super-penas pela WBO entre 1999-2003 e WBA em 2002-2003; leves pela WBO em 2004 e 2006-2007. Popó conquistou 38 vitórias (32 por nocaute) e uma derrota, contra o norte-americano Diego Corrales, em 2004.

• Confira o Ranking Brasileiro de boxe amador feminino aqui.Características do boxeRingue - quadrado que pode medir de 4,90 a 6,10 metros de cada lado.Luvas - pesam entre oito e dez onças (224 e 280 g).Duração das lutas - doze assaltos de três minutos. Nos Jogos Olímpicos as lutas são disputadas em quatro assaltos de dois minutos.Jurados - são cinco jurados nas lutas profissionais.Saco de treino - pesa entre 40 e 50 kg. Feito de couro e recheado de serragem ou raspas de pneu.Punching ball - pesa entre 300 e 500 g.O que faz o sparring?No boxe o sparring é um pugilista que ajuda o outro a treinar. O sparring ajuda o pugilista a desenvolver o seu potencial. É um engano achar que sparrings não são bons pugilistas. Larry Holmes, Oscar de La Hoya e Riddick Bowe já foram sparrings.